Conseguimos ficar plenamente satisfeitos?

#333333;”>Diz a célebre canção dos Rolling Stones entoada às multidões
#333333;”>desde1965: “I can’t get no satisfaction/ ‘Cause I try, and I try, and I
#333333;”>try, and I try” (E não consigo me satisfazer, mas eu tento, eu tento,
#333333;”>eu tento). Será que somos mesmo eternos insatisfeitos?
#333333;”>A insatisfação na história da humanidade pode ser considerada
#333333;”>positiva, pois proporcionou a evolução e fez o homem se
#333333;”>movimentar em busca de uma vida melhor. Porém hoje, depois de
#333333;”>tantas conquistas, é difícil permanecermos satisfeitos por muito
#333333;”>tempo. Vivemos atrás daquilo que não temos, e quando
#333333;”>conseguimos perdemos a graça. Entediamos rápido demais e então
#333333;”>iniciamos um novo ciclo com um novo desejo que em seguida
#333333;”>perde-se o entusiasmo logo depois que se obtém.
#333333;”>Nunca tivemos tantas possibilidades de escolha como atualmente.
#333333;”>São inúmeras opções em várias áreas: tecnológica, celulares,
#333333;”>viagens, posto de trabalho, curso na faculdade etc. Porém, mais
#333333;”>opções de escolha não significam maior grau de satisfação. Ao
#333333;”>contrário. O chamado “paradoxo da escolha” implica justamente no
#333333;”>sofrimento que ela nos traz, tanto do ponto de vista da paralisia
#333333;”>inicial de ter que optar, quanto no pensamento recorrente de dúvida;
#333333;”>se fez a escolha certa ou da renúncia de não estar vivendo algo
#333333;”>melhor.
#333333;”>Além disso, temos que lidar ainda com as “necessidades” criadas
#333333;”>pelo mundo do consumo. O estímulo do mercado nos deixa a
#333333;”>sensação de que precisamos possuir algo para ser feliz. Imbuídos
#333333;”>desse pensamento, trabalhamos mais para assim conseguirmos
#333333;”>mais dinheiro para consumirmos mais. Um buraco sem fundo que
#333333;”>muitas vezes sacrifica nossa saúde física e mental e não é
#333333;”>preenchido.
#333333;”>O consumismo que inicialmente nos parece proporcionar felicidade,
#333333;”>pode ser fonte de profunda angústia. Isso porque o consumo
#333333;”>exagerado chega na tentativa de preencher um vazio. Mas, o prazer
#333333;”>que ele proporciona é efêmero e logo vem a necessidade de
#333333;”>consumir mais. Um ciclo vicioso de conduta autodestrutiva.
#333333;”>Há uma história sobre Sócrates, filosofo grego de 469 a.c, que narra
#333333;”>seus passeios pelo mercado de Atenas, onde apreciava uma série
#333333;”>de quinquilharias suntuosas, ostentadas pela elite local. Alguns
#333333;”>cidadãos curiosos o abordaram e perguntaram: – o que fazes aqui,
#333333;”>Sócrates? Não era você que sempre criticava o exibicionismo
#333333;”>ateniense? Sócrates, com o olhar sereno respondeu: estou apenas
#333333;”>olhando quantas coisas eu não preciso para ser feliz.
#333333;”>Precisamos estar atentos a essa necessidade que criamos pois ela
#333333;”>gera em nós uma espécie de “sofreguidão olímpica” de ter que
#333333;”>chegar em primeiro lugar, possuir o último modelo de telefone,
#333333;”>andar na moda, viajar o mundo, chegar onde ninguém chegou.
#333333;”>Além de um estimulo à competitividade, também fomenta
#333333;”>sentimentos de inveja, vaidade, estimula relações objetais em
#333333;”>detrimento às relações de afeto.
#333333;”>Se não tomarmos consciência dessa “corrida dos ratos”, a vida vira
#333333;”>uma olimpíada onde só ganha o número 1, ficando todos os outros
#333333;”>insatisfeitos, inclusive o vencedor.
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#333333;”>“O futuro pertence aos que assumem risco, não aos que buscam
#333333;”>segurança. Quanto menos você busca segurança e mais busca
#333333;”>oportunidade, mais segurança você terá.” – Brian Tracy
#333333;”>“Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente. Quem
#333333;”>sobrevive é o mais disposto à mudança.”